A Câmara Municipal de Arcos de Valdevez aprovou um pacote de investimentos públicos superior a 3,2 milhões de euros para avançar com dois projetos: a criação da Branda Científica de São Bento do Cando e a Quinta da Ciência Viva.
A decisão foi tomada por unanimidade em reunião camarária, tendo sido lançados cinco concursos públicos. “Os investimentos dizem respeito à requalificação de oito casas em estruturas de apoio à branda científica de São Bento do Cando (localizada a mais de mil metros de altitude, no coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG)”, confirmou o presidente em exercício, Olegário Gonçalves.
A intervenção nos imóveis representa um investimento superior a 1,9 milhões de euros.
A antiga branda de São Bento do Cando — tradicionalmente usada para a transumância de pastores — vai dar lugar a uma moderna estação científica dedicada ao estudo da biodiversidade e das alterações ambientais.
O projeto prevê a reabilitação de oito edifícios, incluindo um auditório, laboratórios, residências para investigadores e alojamento para estudantes. No total, o investimento poderá chegar aos 4,5 milhões de euros.
A estação científica integrará o projeto europeu Biopolis, coordenado por um consórcio internacional liderado pelo Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto, com a Universidade de Montpellier e a Porto Business School com o objetivo de criar uma superestrutura de investigação em biologia ambiental e abordagens de ponta como genómica, bioinformática e monitorização ambiental.
Além de beneficiar o PNPG, a iniciativa contribuirá também para a valorização da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, reconhecida pela UNESCO.
O executivo municipal aprovou também a abertura de concurso público para o projeto Quinta da Ciência Viva, num investimento de 1,3 milhões de euros. A antiga quinta, abandonada há mais de duas décadas, será convertida num centro de produção de conhecimento e inovação agrícola, com cerca de cinco hectares de área agrícola e dez de floresta.
O projeto conta com o envolvimento da Agência Nacional de Ciência Viva, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, da Incubadora de Empresas e da Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez.
c/Lusa
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