No arranque de um novo Ano Pastoral, o Bispo da Diocese de Viana do Castelo escreveu uma mensagem, desafiando os cristãos e as comunidades a assumirem um papel mais comprometido com a transformação da realidade, não apenas no plano eclesial, mas também no espaço público.
A mensagem, que surge num tempo marcado por polarizações, desconfiança nas instituições e crescente desinteresse cívico, apela à participação ativa na sociedade, com valores, escuta e diálogo. “À maneira de S. Paulo, devemos estar presentes evangelicamente nos novos areópagos onde se desenvolve a cultura, como sejam as escolas, as empresas, as famílias, as associações e a participação política”, defendeu, salientando a urgência de um envolvimento ativo nos “lugares onde se molda o mundo”.
A propósito do segundo ano de preparação para o Jubileu dos 50 anos da Diocese de Viana do Castelo, D. João Lavrador considera que esta etapa deve ser vivida com foco na renovação das mentalidades e das estruturas comunitárias. “Ainda estamos focados na pequena capela da nossa aldeia, ainda nos refugiamos tão-só na nossa paróquia e não há quase nenhuma consciência da primordial comunidade que é a Diocese”, alertou, apelando a uma visão mais ampla e interligada da vida comunitária.
O Bispo diocesano sublinha ainda a importância da formação ética, do compromisso com o bem comum e da escuta atenta dos “sinais dos tempos”. “Somos convidados a escutar o que o mundo tem a dizer à Igreja e a oferecer o Evangelho sem medo e com humildade”, acrescenta, reconhecendo o desafio de viver a fé num tempo de mudança acelerada e fragmentação cultural.
O documento propõe que se promova, nas diversas comunidades e instituições, uma formação integral, que ajude as pessoas a descobrir o seu propósito de vida e a desenvolver um papel ativo na sociedade. “A descoberta do sentido da vida, a vocação, deve ser a primeira preocupação de todos os educadores”, afirma, numa proposta que se estende à educação formal e informal, em escolas, famílias e movimentos sociais.
Além da dimensão pastoral e formativa, D. João Lavrador insiste na necessidade de sair da zona de conforto, sugerindo que a missão cristã (ou cívica) se constrói com abertura, diálogo e corresponsabilidade.
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