Apesar de ter reduzido a dívida estrutural em cinco milhões de euros desde 2020, a Câmara de Viana do Castelo prevê reforçar o empréstimo de tesouraria no próximo ano, justificando a necessidade com a irregularidade das transferências do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A informação foi avançada pelo presidente da Câmara, Luís Nobre, na mais recente reunião do executivo, depois de o vereador do PSD (eleito pela Aliança Democrática), Duarte Martins, ter questionado a necessidade de novos financiamentos no curto prazo.
Segundo Luís Nobre, a dívida de médio e longo prazo passou de 27 para 22 milhões de euros nos últimos quatro anos, um nível que classificou como “mais confortável do que há anos”.
O autarca rejeitou qualquer cenário de fragilidade financeira e afirmou que “a situação do município não corresponde à imagem transmitida durante a pré-campanha eleitoral”.
Luís Nobre explicou que não está previsto recorrer a novos empréstimos de médio e longo prazo em 2026 e que a Câmara continuará a reduzir os encargos associados à dívida.
O presidente referiu também que dois empréstimos já contratados, mas ainda não utilizados, têm objetivos específicos: um para o mercado municipal e outro, no valor de 2,5 milhões de euros, para aquisição de património destinado a futuras intervenções.
Apesar da estabilidade da dívida estrutural, a Câmara prevê aumentar o empréstimo de tesouraria de 6 para 8 milhões de euros em 2026. Luís Nobre justificou este reforço com a irregularidade dos fluxos financeiros do PRR, lembrando que este tipo de empréstimo tem de ser liquidado no próprio ano. “Se o prazo de execução do PRR não for alargado para além de junho de 2026, teremos de liquidar todas as obras em curso, o que poderá exigir o reforço de tesouraria”, explicou, acrescentando que os principais indicadores financeiros do município melhoraram ao longo do mandato e que o orçamento de 2026 está a ser preparado com “cenários prudentes”, visando assegurar liquidez suficiente para fazer face a qualquer necessidade adicional.
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