Possível sondagem é tema entre líderes políticos locais, mas é impossível de confirmar. Empresa ligada à área afirma que sondagens encomendadas por privados não têm de ser públicas.
No final de agosto começaram a circular rumores sobre uma sondagem que colocaria o Chega como vencedor das próximas eleições autárquicas em Viana do Castelo. Embora nunca tenha sido oficialmente confirmada, a informação ganhou força em meios políticos locais e chegou a ser comentada entre partidos e candidatos.
O Notícias de Viana tentou confirmar a veracidade desta primeira sondagem, mas as fontes contactadas apresentaram versões contraditórias. Os próprios elementos do Chega falavam disso com elevado grau de familiaridade, mas sem que fosse possível validar a origem ou a metodologia utilizada na mesma.
Entretanto, um novo rumor sobre uma segunda sondagem surgiu, já não apresentando o partido de direita radical em primeiro lugar, mas um empate técnico entre três partidos: Chega, PS e AD, todos com valores dentro da margem de erro, o que poderia significar que todos teriam possibilidade de declarar vitória na noite eleitoral.
Questionados sobre a existência desta sondagem, o PS afirmou que se trata de algo falso, ao passo que fontes ligadas às restantes forças partidárias envolvidas no “empate técnico” lhe atribuem veracidade, sem concretizar dados.
O Notícias de Viana contactou, nos últimos sete dias, as 13 empresas de estudos de opinião a trabalhar em Portugal e das respostas que obteve nenhuma delas confirmou a existência nem de uma sondagem, nem de projetos de tal vir a acontecer em breve.
Embora algumas não excluam que possa existir pequenos estudos de opinião sem real valor estatístico, o “Dossier Sondagens Autárquicas 2025” da Marktest continuava sem registar, até à data do fecho desta edição, qualquer referência a Viana do Castelo.
No entanto, a Pitagórica esclarece, ao Notícias de Viana, que só “ as sondagens realizadas para órgãos de comunicação social são obrigatoriamente depositadas na ERC” e que “as sondagens efetuadas para outros clientes, como partidos, candidatos, associações ou agências de comunicação, são de caráter reservado e exclusivos desses clientes”.
A concretizar-se o cenário provocaria diferentes impactos. O PS arrisca perder dois vereadores e, possivelmente, a liderança da Câmara Municipal. A AD, que investiu num candidato com notoriedade nacional, poderia até ficar atrás do Chega, que encararia o resultado como uma vitória política, embora o futuro da sua influência local permanecesse incerto. Também o PCP surgiria fragilizado, com a perda de um vereador. O partido teme que este tipo de rumores sejam “manobras de diversão” que favoreçam o “voto útil” no PS, enfraquecendo a sua posição. Mas, defende que a eleição de um vereador comunista poderá ser decisiva para a governabilidade da Câmara Municipal de Viana do Castelo.
À Entrada para a Campanha Eleitoral
Com o início oficial da campanha, fonte contactada pelo Notícias de Viana, acredita que, embora tenha que lutar para manter a liderança da autarquia, é o PS o partido com mais possibilidade de vencer. Várias fontes ouvidas pelo Notícias de Viana, afirmam que a personalidade mais vertical do candidato da AD e a perceção de uma vitória, mesmo que moral, do Chega pode criar um clima mais favorável à narrativa socialista.
A verdade é que, ainda a semana passada, declarações de Paulo Morais afirmando, numa entrevista, que cortaria apoios a bandas e grupos folclóricos locais para deslocações ao estrangeiro, momentos esse que chegou a apelidar, textualmente, de “passeio”, levaram muitos a concluir que o candidato da AD não consiga capitalizar o eleitorado descontente com a governação PS, mas que, também, não está disponível nem para o voto de protesto.
Por outro lado, os socialistas têm feito uma campanha mais à defesa, sem entrar em temas polémicos, resguardando-se no papel do incumbente com implementação no terreno. Método esse que já tinha sido definido por Luís Nobre, nas eleições de 2021, como “campanha pela positiva”, mas que pode ser vista, por alguns, como pouco carismática e afirmativa.
Quanto ao Chega, parece querer aproveitar a onda mediática em que o partido se encontra. O principal candidato, concorria nas últimas eleições pelo PSD, e a sua saída dos sociais-democratas foi apelidada como um “alívio” por Rui Rio numa arruada em Viana do Castelo, mas é improvável tanto isso, como as imprecisões divulgadas por Eduardo Teixeira em debates recentes o façam perder votos de maneira substancial.
**Notícia atualizada. Onde se lia anteriormente “férias”, corrigiu-se para “passeio”.**
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