Verão em Viana. Sol, obras, promessas. E depois? Silêncio, andaimes parados, telefonemas ignorados. Para muitos proprietários, o que começou como uma remodelação tranquila transforma-se num pesadelo jurídico a meio de julho. A pressa em avançar, o contrato mal feito, o empreiteiro que desaparece sem explicação. A culpa, quase sempre, reparte-se. Mas quem paga o prejuízo é o proprietário.
As obras de verão têm riscos específicos. A pressão para terminar antes de setembro, a escassez de mão de obra qualificada e os orçamentos feitos “a olho” resultam num cocktail instável. Por isso, antes de bater a primeira parede, é obrigatório assinar um contrato de empreitada claro: com prazo, valor, fases de pagamento, penalizações por atraso e cláusulas de garantia. Sem isso, negoceia-se às cegas.
Quando se fala em responsabilidades, convém ser direto. O empreiteiro responde pela qualidade e conformidade da obra. Se surgirem defeitos ou falhas, mesmo depois da entrega, o dono da obra tem direitos — e não são poucos. A lei portuguesa protege o consumidor com prazos de garantia e mecanismos legais para exigir correções ou compensações. Mas é preciso agir com rapidez, provas e fundamento.
Um dos cenários mais frequentes é o da obra atrasada. O prazo termina, mas a obra não. O empreiteiro promete “para a semana”, mas nada avança. Os custos aumentam, os dias passam, e a margem de tolerância esgota-se. Um bom contrato permite aplicar penalizações por cada dia de atraso injustificado. Sem esse instrumento, resta o desgaste — e, muitas vezes, a via judicial.
Mais grave ainda é o abandono de obra. O empreiteiro desaparece sem aviso, com parte do valor adiantado e os trabalhos por concluir. Aqui, a urgência é dupla: é necessário repor a segurança da obra e acautelar a prova do incumprimento. Fotografias, mensagens, testemunhos e faturas parciais — tudo pode ser útil num eventual processo judicial ou extrajudicial. Nestes casos, rescindir o contrato e exigir indemnização é mais do que um direito: é uma necessidade.
Outro erro clássico: pagar tudo no início. Má ideia. O pagamento deve ser faseado, com retenção de parte do valor até à conclusão dos trabalhos. Isso dá margem de manobra e protege o dono da obra contra atrasos ou desvios. Se já pagou tudo e ficou com o problema, a negociação inverte-se — e fica dependente da boa vontade de quem já tem o dinheiro no bolso.
A escolha do empreiteiro também conta. Verificar licenças, histórico profissional e registo fiscal é uma etapa que muitos ignoram — até que corra mal. Pedir orçamentos discriminados e comparar não é falta de confiança, é bom senso. E, em caso de conflito, vale mais um parecer jurídico no início do que uma ação judicial no fim.
O verão é o período nobre das obras em Viana, mas também o mais fértil em litígios. Evitar problemas passa por planear, assinar com rigor e estar atento desde o primeiro dia. E, se mesmo assim algo correr mal, há formas legais de reagir — com assertividade e provas.
Na QUOR, acompanhamos proprietários, investidores e famílias em todas as fases da empreitada — da assinatura à conclusão, e também nos conflitos. Obras com bases sólidas não começam com cimento: começam com clareza.
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