Rendimento no Alto Minho cresce, mas continua abaixo da média nacional

Segundo o relatório Estatísticas do Rendimento ao Nível Local – 2023, do Instituto Nacional de Estatística (INE), os rendimentos médios no Alto Minho continuam entre os mais baixos do país. Ainda assim, há uma evolução positiva e níveis de desigualdade relativamente baixos.

Micaela Barbosa
12 Ago. 2025 2 mins

Os dados do INE, baseados nas declarações de IRS de 2023, mostram que, em termos nacionais, o rendimento bruto declarado totalizou 125.977 milhões de euros, com um valor mediano de 14.660 euros por agregado fiscal, um aumento de 5,5% face a 2022.

A Grande Lisboa (16.006 €), a Península de Setúbal (15.676 €) e a Região Centro (14.910 €) destacaram-se como as regiões com rendimentos medianos mais elevados. O Algarve apresentou o valor mais baixo (13.109 €).

No Alto Minho, os rendimentos mantêm-se abaixo da média nacional. A mediana do rendimento bruto declarado deduzido do IRS situou-se abaixo dos 13.842 euros (metade dos contribuintes está acima, metade abaixo) registados no país. Ainda assim, o crescimento anual médio (entre 2021 e 2023) acompanhou o ritmo nacional de 5,4%, sinalizando alguma recuperação.

O INE sublinha que “o efeito do imposto na distribuição do rendimento foi tendencialmente menor nas sub-regiões com níveis de rendimento mediano mais baixos”, como é o caso do Alto Minho. Ou seja, a carga fiscal tem um impacte menos acentuado nestes territórios, onde a base tributável é, por si só, mais limitada.

No capítulo da desigualdade, a região apresenta indicadores favoráveis. O rácio P80/P20 (percentil 80 a dividir pelo percentil 20), que compara os rendimentos do percentil 80 (80% de rendimentos abaixo do valor) com os do percentil 20 (20% de rendimentos abaixo do valor), está abaixo do valor nacional de 2,8, o que aponta para uma distribuição mais equilibrada. Também o Índice de Gini, que mede a concentração do rendimento, neste caso, (0 significa que todos ganham o mesmo; 1 significa que um só ganha tudo e os outros nada) é inferior à média nacional de 35,5%.

O município de Viana do Castelo continua a liderar no contexto regional, com os valores medianos mais elevados entre os municípios do Alto Minho. Já concelhos como Melgaço, Arcos de Valdevez e Paredes de Coura registam rendimentos medianos mais baixos, mas com menor disparidade interna.

A nível nacional, 79 municípios superaram a mediana nacional de rendimento bruto por agregado fiscal, mais cinco que em 2022. No topo, Oeiras destacou-se como o município com maior rendimento mediano do país (20.550 €). Em contraste, os valores mais baixos concentraram-se em concelhos do interior norte, Algarve e ilhas.

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