Desemprego agrava-se no Alto Minho, mas exportações disparam

O relatório Norte Conjuntura, publicado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), mostra que o Alto Minho iniciou 2025 com um crescimento económico assimétrico. O desemprego agravou-se, enquanto que as exportações nos municípios de Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira registaram crescimentos expressivos.

Micaela Barbosa
18 Jul. 2025 3 mins
Viana do Castelo é o 10º concelho mais exportador do Norte

Os dados do 1º trimestre do ano revelam que “os aumentos mais expressivos [do desemprego registado], bastante acima da média do Norte, ocorreram em Terras de Trás-os-Montes (+21,1%), Alto Minho (+16,9%) e Alto Tâmega e Barroso (+6,4%)”. No caso do Alto Minho, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu de 5.076 para 5.935 pessoas num ano.

Este agravamento está em linha com o aumento homólogo de 1,6% na taxa de desemprego do Norte, que se fixou em 6,8%, ligeiramente acima da taxa nacional (6,6%). 

Contudo, as exportações mostram uma face positiva da economia regional. “A sub-região do Alto Minho viu as exportações de bens aumentarem 2,4%, em termos homólogos, embora em desaceleração face ao ritmo observado no trimestre precedente (7,3%)”, refere o relatório.

Viana do Castelo, o 7.º concelho mais exportador do Norte, viu as suas exportações crescerem 23,5% no 1.º trimestre de 2025 face ao período homólogo. Já Vila Nova de Cerveira, em 17.º lugar, registou um aumento de 10,9%.

Os dados mensais confirmam que, só em março, Viana teve um crescimento de +9,4%, enquanto Cerveira disparou +17,6%, superando largamente a média regional de +1,3%.

No que toca ao turismo e à construção, o relatório disponibiliza apenas dados agregados para a região Norte e mostram sinais de estabilidade. Apesar de os indicadores de turismo do Norte registarem “uma desaceleração acentuada no ritmo de crescimento no 1º trimestre de 2025”, as dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico “aumentaram 1,6% e os hóspedes cresceram 2,7%, em ambos os casos em comparação com o período homólogo de 2024”. 

Na construção, o licenciamento de edifícios subiu 18,8% em termos homólogos, apesar da desaceleração face ao final de 2024. Este movimento acompanha também a criação de postos de trabalho no setor a nível regional, que aumentou 12,1%, o equivalente a 15.800 novos empregos.

Relativamente ao rendimento dos trabalhadores, o Norte registou uma evolução positiva uma vez que “o salário líquido médio dos trabalhadores, por conta de outrem, aumentou, em termos reais, 8,0% face ao período homólogo de 2023, acima da média nacional (7,4%)”.

A inflação desceu ligeiramente para 2,7%, acompanhando a tendência nacional.

No plano da atividade empresarial, o crédito às empresas na região diminuiu 1,0%, mas os novos empréstimos subiram 9,9%, sinalizando uma recuperação no acesso a financiamento. Já o rácio de crédito vencido registou uma ligeira melhoria, fixando-se em 1,8%.

Tags Economia

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