Foi assinado o auto de consignação da empreitada do novo acesso rodoviário da zona industrial do Vale do Neiva ao nó da Autoestrada 28. As obras já arrancaram. Há três habitações, na freguesia de Alvarães, que serão demolidas. E o prazo de execução é de 18 meses, prevendo-se a sua conclusão em junho de 2026.
Para Luís Nobre, a obra, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que representa um investimento de 13,5 milhões de euros, é “relevante”, não só pela questão da “segurança rodoviária”, mas também pelo fomento à “competitividade empresarial das cinco freguesias do Vale do Neiva” composto por Alvarães, Vila de Punhe, Mujães, Barroselas e Carvoeiro, que “representam 30% do tecido empresarial do concelho”. Contudo, os parques empresariais de Vila de Punhe, Mujães e Barroselas ainda não existem. Só “em projeto” que, de acordo com o autarca, “está a ser trabalhado”. Já os de Alvarães, Norte e Sul, “estão em desenvolvimento”.
O anúncio da construção de uma nova zona industrial de 25 hectares em Alvarães (Norte), num investimento previsto de nove milhões de euros, foi feito em 2021 quando as atuais áreas de localização empresarial, graças à política de fixação de novas atividades industriais e projetos de ampliação de empresas em Viana do Castelo, estavam praticamente esgotadas. Segundo fonte municipal, estão a finalizar-se as expropriações para aprovação final.
Aos 10 milhões de euros de execução do acesso rodoviário, juntam-se mais 3,5 milhões de euros em expropriações (incluindo a demolição de três habitações), na freguesia de Alvarães. “Houve um trabalho de diálogo com as pessoas para que, mesmo impactando as suas vidas, encontrássemos as melhores soluções (…) Os proprietários das três habitações foram os primeiros a ser contactados, e há muitos meses que acordámos o processo de indemnização (…) Estamos a apoiar na agilização do licenciamento para a construção, e até entrarem nas novas habitações”, garantiu Luís Nobre.
No Vale do Neiva, “as pessoas falam muito”, mas “desconhecem o que realmente vai acontecer”. “Muitas vezes, as pessoas nem sabem o que estão a assinar e, depois, ficam surpreendidas”, referiu um morador.
Para os presidentes de Junta do Vale do Neiva, o novo acesso é “estruturante” e “uma mais-valia” porque “pode trazer o ambicioso projeto da zona industrial do Vale do Neiva”.
Apesar de sentir uma falta de desconhecimento por parte da população, o presidente da União de Freguesias de Barroselas e Carvoeiro, Rui Sousa, assume que é por “não terem o mínimo interesse em querer informar-se nos locais devidos”.
Já Fernando Martins, presidente da Junta de Freguesia de Alvarães, sublinha a sua importância porque vai “dar uma maior segurança rodoviária”, principalmente, na Rua dos Cruzeiros, e “aliviar a pressão nas freguesias circundantes”.
Porém, as dúvidas mantêm-se. A Câmara fala numa “ligação mais fluida e segura à A28”, que assegura “uma maior mobilidade interfreguesias”. A oposição, durante todo o processo, assumiu “sérias dúvidas e reservas” quanto à sua construção, questionando “questões técnicas” e alertando para “o impacte negativo que a obra poderá ter nos recursos naturais do concelho”. “Depois de estudar, descobri que havia imensos terrenos, com capacidade construtiva nas freguesias, que iam ser totalmente impermeabilizados e, portanto, inutilizados para esse fim. Havia zonas de floresta, zonas de parcelas de terreno com capacidade agrícola, que iam ser totalmente destruídas”, especificou – numa entrevista ao Notícias de Viana – a vereadora do CDS, Ilda Novo.
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