Diante da Palavra
Vem Espírito Santo, o teu sopro pode esvaziar-me, para ser espaço só de Deus.
Interpelações da Palavra
“Não sabeis o que pedis”
E não sabemos mesmo. Como uma criança não sabe. Não sabe o que precisa, nem o que implica aquilo que pede. Enquanto olharmos como crianças e falarmos como crianças, não alcançaremos os desafios do Amor deste Pai. O Pai que pode Tudo, mas só com a minha permissão. E a minha permissão é um acto livre de um adulto, que me torna responsável pela única coisa que é verdadeiramente minha: a minha escolha a cada momento. A liberdade foi-me dada com a vida, para poder escolher livremente oferecê-la. Uma vida para servir e não para me servir da vida, como se a vida fosse minha.
“quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo…quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos”
Os paradoxos de Jesus desarmam-nos…uma e outra vez, porque o Reino de Deus não se constrói na lógica humana. No Reino de Deus o que é ser grande? O que é ser servo? O que é ser o primeiro? O que é ser escravo? Os paradoxos convidam-nos a parar, a suspender o julgamento, o preconceito das palavras e das imagens que trazemos dentro, para contemplar o Mistério das palavras ditas em tom de profundo amor (não em tom de repreensão). Ouvir, ouvir num tom amoroso muda tudo e Deus não tem outra forma de “falar”.
“não veio para ser servido, mas para servir”
Como é importante lembrar sempre, que Aquele que nos dirige as palavras não é um idealista, mas um realista. Não convida à Cruz, sem a graça suficiente. Nem convida a nada que Ele próprio não tenha experimentado, quando habitou um corpo humano e viveu uma vida terrena. Ele sabe por dentro aquilo que me pede e desafia e já sabe antes de mim que é possível o que parece impossível à natureza humana. Deixou-me testemunho de que, mesmo habitando este corpo humano, posso desejar também ardentemente a Páscoa com Ele, para ressuscitar das minhas “mortes”.
Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor da Verdade profunda da vida,
a humanidade definha de sede e
eu também tenho as minhas “sedes”.
Nem me lembro que eu também posso ser “água”,
quando me sinto tão seco(a).
Que eu não seja o “primeiro” mas o “último”
Que eu não queira mais do que sou e o meu lugar.
Porque é precisamente aí que me esperas e me sacias de Vida
Viver a Palavra
Esta semana leio o Evangelho lentamente, mais do que uma vez, não como quem o quer perceber, mas como quem contempla e se deixa interpelar pelo Mistério.