Diante da palavra
Jesus ensinava com as perguntas.
Fico atento e predisposto às perguntas que Ele me quer fazer.
Interpelações da palavra
Os discípulos já levam algum tempo convivendo com Jesus. E chegou o momento em que se tem que pronunciar com clareza. Quem é que é aquele que têm seguido? O que é descobrem em Jesus? O que é que dele acolheram na sua vida?
De facto, Jesus interessa-se pela posição dos seus companheiros. Não lhe basta os rumores e as opiniões que circulam sobre si. Afinal, esta é uma questão central: se eles não se comprometeram e reconheceram o mistério que se encerra na Sua pessoa, quem manterá a sua mensagem e o seu projeto do Reino de Deus? Como terminará aquele grupo? Mas, antes de mais, apercebem-se que não é possível seguir Jesus de maneira indiferente e que é urgente conhece-lo mais a fundo.
Na verdade, quem é jesus para nós? Para responder a esta pergunta talvez recorramos, rapidamente, a muitos meios com respostas já ensaiadas e pré-estabelecidas, mas não nos estará Ele a pedir uma resposta mais pessoal e mais comprometida? É essa, também, uma dificuldade que esta questão desvela: a dificuldade da originalidade.
Contudo, quando Pedro responde a Jesus dizendo que Ele é o Messias, ele está a dizer uma coisa absolutamente temerária, absolutamente nova, pois uma das coisas que nós enterramos, de forma prática, é o messianismo. Achamos, no fundo, que a nossa vida já está resolvida. A nova vida não é vivida em tensão. Quanto muito tememos a morte. Mas outras expectativas decisivas em relação à nossa vida nós vamos atenuando, deixando, deixando e hoje o Cristianismo, de certa forma, esvaziou-se de uma dimensão fundamental à própria experiência cristã que é o messianismo, que é a esperança messiânica. Nós esperamos num Jesus que é Messias.
Rezar a palavra e contemplar o mistério
Quem é Cristo?
O meu “lava-pés”.
De joelhos, à minha frente. As suas mãos nos meus pés.
Quem é Jesus?
É beijo a quem o trai e não despreza ninguém,
mas despreza-se a si mesmo;
não derrama o sangue de ninguém, derrama o próprio sangue.
Viver a palavra
Pergunto dentro de mim: quem é que digo que é Jesus? Fico a repetir consensualmente aquilo que está dito acerca Dele? Tento esvaziar Jesus do perigo e do risco que Ele representa? Ou, pelo contrário, sinto que a fé em Jesus é um motor de desassossego?