Nesse sentido, sublinhou que Jesus nos deixou o Seu Espírito com um objetivo: que, à imagem dos discípulos, também nós nos deixássemos guiar ao longo da nossa vida. Sabemos que, se estamos aqui, é porque algo de muito importante aconteceu. E o mesmo sucedeu aos apóstolos no dia de Pentecostes, em que algo se abriu nas suas mentes e no seu coração, e que os despertou para irem ao encontro do mundo, para anunciarem e criarem esta Igreja da qual fazemos parte e com que estamos a aprender a viver. Também nós devemos deixar-nos envolver pela missão, se desejarmos fazer a mesma experiência que fizeram os apóstolos, na qual nos sentimos impelidos a dar uma nova roupagem à comunidade. Quando, na Sagrada Escritura, se fala do Povo, devemos ter a noção de que o Cristianismo acontece na totalidade da riqueza dos dons que compõem a comunidade. O dom da alegria é aquele que nos move enquanto a comunidade é capaz de perdoar por amor. Esse mesmo amor gera em nós uma tal alegria e confiança que nos impede de desistir do nosso caminho. Contrariamente, quando o egoísmo impera em nós, quando nos isolamos em nós próprios, somos como que habitados por uma tristeza profunda.
Por fim, deixou um desafio concreto: o de construirmos comunidades fortalecidas no amor e na partilha dos dons. Acrescentou que o encontro profundo que gera a alegria deve ser partilhado, pois estar em Igreja é experimentar profundamente algo diferente, não como uma opção entre muitas outras, não como uma moda, mas porque somos verdadeiramente tocados por Cristo. É Ele que nos chama a uma vocação concreta, que deve ser guiada pelo Espírito Santo e geradora de encontro.
Fotografia: All About Portugal