Diante da Palavra
Vem Espírito Santo, aos nossos corações, para renovares a nossa confiança na Tua promessa.
Interpelações da Palavra
“levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor.”
Um gesto estranho apresentar Jesus ao próprio Deus, seu Pai. Talvez menos estranho se pensar a quem se dirige o gesto e aquilo que ele transforma. Será Deus que precisa deste gesto ou seremos nós que precisamos? Neste gesto da sagrada Família, ao apresentar a Deus O que nos foi dado, posso ver o reconhecimento da Fonte de todos os Dons, para não correr o risco de me apropriar deles, para os pôr a render no meu “reino” em vez de ajudar a construir o Reino de Deus. O gesto não muda o coração de Deus, que não sabe outra coisa que não seja amar e isso não muda. O coração que se transforma…é o meu.
“… e o Espírito Santo estava nele.”
O velho Simeão, modelo de docilidade e confiança de uma vida embebida pelo Espírito, não falha em reconhecer a Promessa de Deus em Jesus. O Espírito que o habita, que o suporta e que o move, não falha, por fim, em abrir os seus braços para O receber, depois da longa espera. Quanta fé, quanta confiança, quanta paciência em Deus, nesta vida toda tecida em espera. Em Simeão pode estar também cada um de nós, cada uma das nossas esperas, que também não quer falhar em reconhecer e abrir os braços ao sagrado, ao próprio Jesus, que me habita a mim e a cada um daqueles com quem me cruzo.
“e uma espada trespassará a tua alma”
Uma Promessa em forma de Menino, que só um coração que guarda e pondera todas as coisas no coração, como o de Maria, pode acolher com um sim do tamanho da vida. Uma Promessa de Deus, o próprio Filho de Deus, é já sinal de contradição. A sua vinda não anuncia uma vida tranquila, mas uma espada que trespassará a alma da Sua Mãe. Também nós somos meninos. Também nós somos promessas. Também a nossa vida é trespassada por espada(s). Mais cedo ou mais tarde também nós somos chamados a crescer, em robustez e sabedoria, porque a graça de Deus está também connosco e o testemunho do amor de Deus acontece na nossa vida concreta.
Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor da vida e de cada momento,
Quero deter-me, calar-me, contemplar-Te no Teu Menino.
Para que eu não esqueça a Aquele a quem espero.
Que não me falhe o coração em receber-Te quando chegares.
Viver a Palavra
Esta semana vou procurar reconhecer os lugares de espera da minha vida e pedir a confiança renovada em Deus para os viver.