Lembra o Papa que “entre os diversos postulata que os Padres do Concílio Vaticano I (1869-1870), apresentaram a Pio IX, os dois primeiros eram concernentes a S. José”: pedia-se que o seu culto fosse mais elevado na liturgia (153 bispos) e a “solene proclamação de S. José como Padroeiro da Igreja Universal” (43 superiores gerais de ordens religiosas). “Pio IX acolheu um e outro com alegria”, diz João XXIII: “Já em 1854, (…) indicara S. José como a esperança mais segura da Igreja, depois da Virgem Santíssima; e no dia 8 de dezembro de 1870, (…) escolheu a feliz coincidência da festa da Imaculada Conceição para a proclamação solene e oficial de S. José como Padroeiro da Igreja Universal”, abrindo “um veio de riquíssimas e preciosas inspirações aos [seus] sucessores”.
“Com efeito, (…) Leão XIII apresenta (…) [1889] o documento mais amplo e copioso até então publicado por um Papa em honra do pai putativo de Jesus, elevado na sua luz característica de modelo dos pais de família e dos operários”. A Carta revela, ainda, que “Pio X acrescentou às expressões do Papa Leão XIII numerosas outras de devoção e de amor para com S. José, [“ínclito patriarca”, “esposo puríssimo”, “poderoso patrono da Igreja”] (…) multiplicando o tesouro das indulgências para a recitação das ladainhas.”
É a Bento XV “que se deve a introdução de dois novos prefácios ao cânone da Santa Missa: o de S. José e o da Missa dos Defuntos [1919] como a lembrar uma concomitância e fusão de dor e de conforto entre as duas famílias: a família celeste de Nazaré (…) e a imensa família humana [das] (…) inúmeras vítimas da guerra devastadora”. Em 1920, no cinquentenário da proclamação de S. José como Padroeiro da Igreja Universal, Bento XV pede ao povo cristão que o invoque “para proteger a Igreja militante, no momento em que reflorescem as suas melhores energias para a reconstrução espiritual e material, depois de tantas calamidades; e para reconforto de tantos milhões de vítimas humanas (…) para as quais o Papa (…) [pede] a intervenção suplicante (…) de S. José, padroeiro dos agonizantes”.
“Pelo menos quatro vezes, Pio XI (…) [exaltou] as diferentes luzes que ornam a fisionomia espiritual do guardião de Jesus, do castíssimo esposo de Maria, do piedoso e modesto operário de Nazaré, e do Padroeiro da Igreja Universal, poderoso escudo de defesa contra os esforços do ateísmo mundial”. Pio XII, continua a Carta, convidou “os jovens esposos a colocar-se sob o seguro e suave manto do Esposo de Maria” (1940) e “os membros da associação cristã dos operários a honrá-lo como elevado exemplo e defensor invencível de suas falanges” (1945); em 1955 instituiu a “festa anual de S. José Operário” (1 de maio) compondo uma “fervorosa (…) Oração de caráter eminentemente profissional e social”; manteve 19 de março como “a data mais solene e definitiva do patrocínio de S. José sobre a Igreja Universal”, aliás fixada por Sisto V, no final do século XV.
S. João Paulo II, que se referiu a S. José inúmeras vezes, publicou, em 1989, a Exortação Apostólica “Redemptoris Custos” sobre a sua figura e missão na vida de Cristo e da Igreja, “reflexões sobre aquele a quem Deus ‘confiou a guarda dos seus tesouros mais preciosos’”, “primeiro depositário do mistério divino, juntamente com Maria”, afirmando que o “que ele fez é puríssima ‘obediência da fé’”, permanecendo “fiel até ao fim”.
Por ocasião do 150º aniversário da proclamação de S. José como Padroeiro da Igreja Universal, o Papa Francisco acaba de publicar a Carta Apostólica “Patris Corde”, à qual o Notícias de Viana dedicará alguma atenção.