Como tem vivido este tempo de pandemia?
No fundo, com o coração nas mãos, porque todo o ser humano é nosso irmão, independentemente da raça, cor ou religião e todos os dias, ao saber do número de mortes, rezo pelos que partiram, pelas suas famílias desesperadas numa despedida dolorosa e cruel e por todas as pessoas que estão na linha da frente a cuidar e a salvar vidas, que é a coisa mais preciosa que nós temos. Aproveito, também, este tempo para estar com a família, ler, rezar, trabalhar no escritório e falar com os paroquianos através do telemóvel.
O que tem sentido ao contactar com as comunidades?
Com as comunidades, sinto apreensão e medo, sobretudo das pessoas mais velhas. A essas, procuro infundir coragem e reforçar a importância do confinamento, mas, sem dúvida, os mais velhos são os que mais sofrem, porque têm mais necessidade do abraço, do beijo, dos filhos, netos e família, assim como, também, da Eucaristia dominical, que é um espaço onde se encontram e, nos casais, a preocupação e a dificuldade de se reorganizarem devido às aulas on-line. Sem dúvida que é um tempo de provação para todos nós.
Como tentou fazer face aos desafios lançados pela pandemia?
Como Pároco não é fácil. Eu gosto de estar no terreno e não sou muito do mundo virtual, mas tento adaptar-me, e quem fala de mim, fala de todos nós. Tento telefonar a quatro ou cinco pessoas e falar com elas, através dos grupos de Whatsapp, procuro apelar às Igrejas domésticas para rezarem em família e, na catequese, digo aos catequistas para serem criativos e através da internet acompanhar os seus catequizandos, e temos também a página de Facebook das Paróquias, onde passamos informação.