Como tem vivido este tempo de pandemia?
A pandemia trouxe uma mudança de comportamentos por parte das comunidades. Sinto que as pessoas acabam por ser mais solidárias e, também, mais próximas. Felizmente, através dos vários meios de comunicação, apercebo-me que as pessoas estão em sintonia na esperança de que, em breve, isto vai passar. Contudo, tudo isto deixa-nos um pouco agitados com o dia de amanhã.
O que tem sentido ao contactar com as comunidades?
Nesta altura, são muitas as realidades das pessoas. Ainda ontem, uma senhora passou pela paróquia. Dirigiu-se à igreja para ir rezar. Ela sentia algum medo e angústia, porque as coisas estão feias, porque há uma crise de emoções. O medo dela não era só do vírus em si, mas também da parte emocional. Ela tem a mãe com covid-19 num lar, e já não via os netos há semanas, por exemplo. A verdade, é que sinto que as pessoas acabam por estar mais afastadas da paróquia. Eu também sinto saudades dessas pessoas.
Como tentou fazer face aos desafios lançados pela pandemia?
A paróquia transmitiu duas celebrações através da internet e, todas as semanas, fazêmo-las com todas as famílias da catequese. Estamos sempre em sintonia, e os catequistas têm sido excelentes nesse papel, reunindo com as famílias e crianças todas as semanas via zoom. Pela página do facebook vamos mantendo algumas dinâmicas e continuamos a publicar a Pedra Angular (boletim paroquial). É uma forma de estarmos em sintonia e próximos, embora afastados. Infelizmente, não dá para fazer muito mais, para não estarmos a sobrecarregar as pessoas, mas o pouco que fazemos já é bom. A verdade é que há pessoas que, desde Março passado, já não vêm à Igreja, e se o fazem é fora do contexto das celebrações.