Perante centenas de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa manifestou preocupação com “a pobreza e a falta de trabalho”. “Espero que, com o compromisso convergente de todos os líderes políticos e económicos, o trabalho seja relançado: sem trabalho, as famílias e a sociedade não podem seguir em frente. Vamos rezar por isto, porque é e será um problema do pós-pandemia”, disse.
Antes a reflexão dominical, Francisco tinha defendido que “o caminho da fraternidade é essencial para enfrentar a pobreza e o sofrimento deste mundo, especialmente neste momento, grave”.
Partindo do relato evangélico do milagre da multiplicação dos pães, o Papa sublinhou que a “lógica de Deus”, proposta aos cristãos, é a “lógica de tomar conta do outro, a lógica de não lavar as mãos, a lógica de não desviar o olhar para lado”. “Eles que se arranjem é algo que não entra no vocabulário cristão”, frisou.
A intervenção ligou a Eucaristia ao “pão diário, necessário para a vida terrena”. “A compaixão, a ternura que Jesus mostrou às multidões não é sentimentalismo, mas a manifestação concreta do amor que cuida das necessidades das pessoas. Somos chamados a sentar-nos na mesa eucarística com a mesma atitude de Jesus: compaixão pelas necessidades dos outros”, explicitou.
O Papa desafiou ainda os crentes a viver esta compaixão, que implica “assumir as dores dos outros”. “Quando leio as notícias da fome, das guerras, da pandemia, tantas coisas, tenho compaixão daquelas pessoas”, questionou.
No final do encontro de oração, Francisco deixou votos de que, no período do verão, “muitas pessoas possam viver alguns dias de descanso e entrar em contacto com a natureza, na qual também podem recarregar a sua dimensão espiritual”.