Mais um passo
A resposta da Diocese tanto à aprovação do estudo prévio como à proposta de alargamento da Rua de São José chegaria à Câmara Municipal, com data de 27 de Dezembro, assinada pelo padre Sérgio Augusto, o «encarregado do Seminário», mas com o conhecimento de D. Armindo, conforme atesta a informação daquele, dada no dia 22: «escreverei para a Câmara a dizer que ‘se regista a prontidão da resposta e que se concorda com o alargamento da rua’».
Sem dúvida, a aprovação da autarquia vianense constituiu mais uma etapa vencida de uma longa «tour», em que, como escreveu o padre Sérgio Augusto, o Seminário Diocesano de Viana do Castelo, «agradado», registou «a prontidão da Câmara Municipal em responder, positivamente, ao requerido».
Foi «dado um passo, não pequeno, para que a cidade e o Distrito sejam dotados com uma infra-estrutura que, assim o pensamos, muito contribuirá para o bem estar das populações».
Na reacção à notícia, o arquitecto da Diocese considerou, em 22 de Dezembro, ter sido mais «uma batalha que se venceu, o que não quer dizer que não venha a haver outras. Por isso que a posição, neste dia a dia, deverá ser que, se nunca tudo estará perdido, também nunca tudo estará ganho. Mais que uma filosofia de prudência, será uma filosofia da realidade».
A respeito do «possível alargamento da Rua de S. José» foi comunicado pelo delegado episcopal à autarquia vianense, no mesmo ofício de 27 de Dezembro, que, «embora o terreno disponível para a implantação do Seminário não seja muito, o Seminário, em princípio, não se opõe. Agradecerá que o alargamento eventual da rua seja feito com o mínimo de sacrifício do terreno».
Na opinião do arquitecto, expressa ao delegado episcopal em 26 de Junho de 1989, não deveria exceder os dois metros, mas competiria à Diocese acordar com a autarquia uma decisão. De preferência, o mais brevemente possível, não só para se estudar um novo alinhamento, mas também «por razões óbvias de implantação dos edifícios», numa altura em que, no gabinete da equipa projectista, se avançava com o projecto, cumprindo as indicações contidas na informação técnica da CCRN e da apreciação do estudo prévio da DGOT.
Quanto ao muro, o arquitecto esclareceu, em 14 de Julho de 1989, que caberia à autarquia vianense «sempre em qualquer hipótese a construção do muro que diga respeito ao novo alinhamento, independentemente da cedência da parcela ao domínio público, seja a título oneroso ou gratuito».
Em 13 de Dezembro de 1993, no dia seguinte à eleição do socialista Defensor Moura para presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, sucedendo ao social democrata Carlos Branco Morais, e à revalidação da CDU na freguesia de Monserrate, o «Jornal de Notícias» fez publicar um artigo da autoria de Afonso do Paço, sob o título «Rua de S. José – um funil a alargar».
No texto recordou-se que a necessidade do alargamento da via «vem já de longa data, acrescendo a curiosidade de um saudoso desportista, Frederico Pinheiro, ter chamado a atenção da JAE-Junta Autónoma de Estradas para a possibilidade de cedência de uma parcela de terreno, quando este lhe pertencia, bem antes da permuta com a Diocese de Viana, para a implantação do seu seminário».
Segundo o articulista, na ocasião «não se conjugaram as vontades e o problema subsiste» ano após ano, com a agravante de que «a circunstância de estar em conclusão o próprio seminário diocesano que, obviamente, terá acesso a partir da Rua de S. José, vem acrescer o grau de dificuldades que subsistem nesta área». E que durariam por mais algum tempo…
Plantas topográficas (esc. 1:2000)



(continua na próxima edição)