Não sendo a padroeira do lugar, honra reservada a S. Paio, é esta celebração que mais empenha e empolga os moledenses e os seus vizinhos próximos, tal o carinho e a veneração dedicados à Mãe de Paranhos como também é chamada, em referência à localização da capela.
Este ano, a novena preparatória foi meditada com recurso à projeção de imagens alusivas, e culminou com a Procissão de Velas, no dia 1. Ao longo do percurso, o andor com a imagem da Senhora foi recolhendo os outros andores, criados e produzidos por moradores de diversas ruas, revelando formas muito originais e criativas de os embelezar. Repetindo um gesto de há 319 anos, vinte estudantes de Moledo fizeram guarda de honra ao andor e estenderam as suas capas no chão para ele passar, depois de a Beatriz ter emocionado os muitos presentes com um belíssimo momento musical em louvor de Maria, e depois do sermão no exterior da capela que lhe é dedicada, porque dentro, seria impossível caberem. Seguiram-se dois dias de um programa mais profano, mas que atraiu um grande número de pessoas sobretudo à noite, amantes de diversos tipos de música.
No Domingo, dia 4, os momentos altos destas festividades. Às 11h00, a celebração campal da Eucaristia solene, presidida pelo Bispo Diocesano, D. Anacleto Oliveira, e concelebrada pelo Pároco, Pe. Rui Rodrigues. Diante da assembleia dos muitos fiéis e devotos de Nossa Senhora, o Sr. Bispo revelou a sua interpretação quanto à invocação “de ao-Pé-da-Cruz”, e não “ao-Pé-da-Cruz”, como alguns defendem: segundo ele, “trata-se da Senhora dos que estão ao pé da cruz. Quem é que estava ao pé da cruz? Nós! Estávamos nós!… Foi aí, aos pés da cruz, que Jesus lhe entregou João, o discípulo amado, que nos representa a todos nós. Na cruz, Ele fez dela a nossa Mãe.” A celebração foi transmitida em direto pela TVI e pela Rádio Afifense. A tarde foi reservada à Procissão Solene em honra de Nª Sra. de ao-Pé-da-Cruz, igualmente presidida por D. Anacleto, que contou com o Presidente da Câmara de Caminha e outras autoridades, e que envolveu um número apreciável de moledenses devotos, na sua preparação, na elaboração dos andores, na figuração, no serviço e na participação.