O Pe. Paulo Emanuel iniciou a intervenção invocando S. José através da oração, recordando a ligação entre a proclamação do Ano de S. José e o atual contexto pandémico, nomeadamente através da memória da celebração que a Praça de S. Pedro recebeu no dia 27 de março de 2020. “Sozinho, o Papa Francisco rezou ao Senhor e à Sua Mãe por toda a humanidade que estava, e está, a passar um momento de extrema dor”, lembrou, fazendo, assim, a ponte com as palavras de Francisco na Carta Apostólica. “Estas palavras, de há um ano atrás, estão completamente frescas e atuais. Em S. José encontramo-las. Um homem que passa despercebido, que não dá nas vistas, que é discreto e tem uma presença humilde. Ele, o artesão de Nazaré, lembra-nos todos os que estão aparentemente escondidos ou em segundo plano e que esses têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação”, apontou, salientando que essas pessoas são “essenciais”. “S. José foi essencial na história da Salvação e hoje, nesta luta que estamos a travar, estas pessoas são essenciais”, reforçou.
Segundo o orador, na pandemia “não há estrelas” nem “passadeira vermelha”. “A única estrela na Igreja é Cristo Jesus. O sol é Cristo”, reiterou, frisando: “Há é gente que se dá, entrega e sabe viver este tempo com todas as dificuldades e a quem a devoção do povo disse ‘Ide a José’.”
O Pe. Paulo Emanuel afirmou ainda que S. José “aprendeu, com pequenos gestos, a ser imagem de ternura para Jesus”. “Também nós devemos aprender esta linguagem de ternura no quotidiano. Ser rosto de Deus para com todos, como José foi para Jesus. A Igreja necessita de imagens de ternura de Deus em pessoas concretas e vivas, mesmo nos momentos difíceis da história”, defendeu, frisando que devemos ser “imagem de ternura uns para com os outros”. “Precisamos de fazer como Deus: o Senhor que pega nas nossas fraquezas, nos nossos pecados e os transforma em festa”.
Neste contexto, apelando à “linguagem da ternura”, referiu que S. José soube obedecer na medida em que soube “ouvir e escutar o Senhor”, relançado, com efeito, a necessidade de retirar tempo para ouvir os outros, acolhendo, igualmente, a vida e a verdade de cada um, tal como José que não fica refém das expectativas não concretizadas, mas acolheu uma vida fora do que havia delineado.
“Será que temos feito tudo o que está ao nosso alcance para salvar o Menino e a Sua Mãe? Para salvar Aquele que José embalou nos seus braços? (…) Temos feito o possível, neste tempo de pandemia, (…) para que o Menino e Sua Mãe estejam protegidos e estejam bem? (…) Aquele que foi acolhido no Egipto, será que vai ensinar-nos a acolher os jovens que virão para a Jornada Mundial da Juventude?”, finalizou.