No primeiro dia, o diretor do Secretariado, padre Tiago Rodrigues, abriu a sessão, apontando o objetivo e a necessidade destas formações.
O primeiro formador foi o Monsenhor Fernando Caldas que falou aos presentes sobre o Espaço Litúrgico. Este começou por dizer que o fotógrafo tem que captar num “clique” o abraço entre Deus e o Homem. Falando do espaço material, disse que este não é apenas o objeto, mas sim os sujeitos e o que neles acontece. Apontou como elementos essenciais na celebração o Altar, o Ambão e a Sede (Cátedra). «O Altar é Jesus Cristo. Como procede o fotógrafo para com Ele?», perguntou. Sobre o Ambão disse que, «simbolicamente este une dois momentos da história: a criação e o pecado como consequente condenação. Acerca do espaço da Assembleia, o conferencista disse que a Assembleia não é um público, mas sim o sujeito que participa e celebra. O padre Caldas terminou a sua intervenção dando algumas indicações aos presentes: Respeito pelas pessoas, pelos espaços e pela liturgia; Cristo comunica-se durante toda a celebração e a presença do fotógrafo não deve ser um “ruído” inconveniente; Respeito pelos lugares celebrativos.
No segundo dia, o padre Jorge Alves Barbosa falou da Celebração do Matrimónio. Começou por dizer que é um grande amante da fotografia. «A fotografia dá ao tempo uma dimensão de eternidade. Na fotografia, o tempo não passa». Disse que a missão do fotógrafo é captar o sagrado através de uma lente, e desenvolveu uma perspectiva teológica através da imagem. Aconselhou os fotógrafos, e para o bom funcionamento do seu serviço nas celebrações, a: 1º. Estudar o espaço litúrgico; 2º. Combinar com o presidente da celebração; 3º. Organizar as tarefas; 4º. Colocar os equipamentos fixos.
O Dr. Jorge Barbosa falou ainda das orientações da C.E.P. acerca do serviço fotográfico nas celebrações litúrgicas e das restrições a fotografar imagens e objetos de grande valor. O conferencista concluiu a sua apresentação falando do Ritual do Matrimónio. «O elemento fundamental é o ritual. A liturgia precede a fotografia. O fotógrafo não deve ser o protagonista da celebração, tem que saber ser discreto… tem que saber “desaparecer”.»
No último dia, o padre Paulo Gomes desenvolveu o tema “Da Técnica à Celebração Litúrgica”. Começou por explicar qual é a centralidade da celebração de cada um dos Sacramentos da Igreja. Elucidou os presentes a fazerem a ligação “da técnica à sabedoria”. «Saber dominar a técnica é fundamental para o profissional da fotografia, mas nos diferentes âmbitos que compõem a arte exige-se um conhecimento mais vasto e eclético.» O conferencista disse aos fotógrafos presentes que o seu papel é captar o momento e não o manipular. E que o profissional que opera nas celebrações litúrgicas tem que ter o sentido do sagrado, dos espaços onde está, salvaguardando a dignidade e santidade do Sacramento. Na ausência da fé – disse – deve predominar a educação e o respeito, o que às vezes não acontece. Também este conferencista, como os anteriores, apontou o diálogo como indispensável para um serviço com dignidade e o conhecimento prévio do espaço onde o profissional opera poderá ajudá-lo a ter uma melhor perspetiva da sacralidade, assim como do lugar que deve ocupar para executar o seu serviço. «A perda do sentido do sagrado tem levado a uma espetacularização das celebrações tornando-as em verdadeiras feiras de “vaidadesinhas”».
No final de cada um destes três encontros houve espaço para o diálogo. “Choveram” perguntas, esclareceram-se dúvidas e ouviram-se reclamações de alguns dos fotógrafos participantes, alegando que o seu serviço, em algumas igrejas, se torna muito difícil por falta de cooperação e compreensão dos responsáveis.
No final foi entregue aos fotógrafos um certificado de participação. O diretor do Secretariado Diocesano prometeu que, posteriormente, talvez possam emanar normas diretivas para este serviço dos fotógrafos à Igreja.