As três fazem parte do grupo dos alunos mais velhos (12º ano) que integram o cerca de um milhar de estudantes oriundos de todo o país que, no passado dia 18, povoaram o Colégio do Minho na 11ª edição da Feira da Ciência, levada a cabo numa parceria com a rede Internacional “Hands-on Science”, em que alunos, do pré-escolar até ao ensino secundário, apresentam projetos de caráter científico por eles desenvolvidos.
Zita Esteves é professora de Física e Química e de Física do Colégio do Minho, e Manuel Souto Costa é professor no departamento de Física da Universidade do Minho e responsável pela “Hands-on Science”. Ambos são responsáveis pela iniciativa, em que “todos percebem a importância que a ciência tem”. “Esta semana é stressante e, ao mesmo tempo, motivadora. No final, os alunos saem satisfeitos e contentes”, afirma Zita, garantindo que existem projetos com “muita qualidade”. “Normalmente, a apreciação que as pessoas têm da ciência é positiva, assim como estes alunos têm, embora estejam condicionados, uma vez que esta iniciativa está envolvida em atividades escolares e implica uma avaliação. No entanto, o nosso objetivo aqui é que eles se empenhem a desenvolver os seus projetos, reconhecendo que o processo de aprendizagem nem sempre é fácil”, refere Manuel, defendendo que “a ciência também implica muito trabalho”. “Neste processo, faz parte saber lidar com a desilusão. E, portanto, a ideia principal é pôr os alunos a estudar e que sejam capazes de responder às questões que eles próprios podem levantar ou até de coisas que vão surgindo”, acrescenta.
O diretor do Colégio do Minho, Ricardo Sousa, frisa que a Semana da Ciência é “o culminar de um conjunto de projetos que são desenvolvidos pelos alunos nas aulas práticas”. “Este ano, a escola de mais longe vem de Leiria”, começa por revelar, acrescentando que também há alunos de Viana do Castelo, Braga e Porto.
Este ano, o Colégio responsabilizou uma turma de 11º ano pela organização logística da Feira. “Os alunos mais velhos têm de acompanhar os alunos do 1º ciclo, e têm ainda a oportunidade de participar nas experiências”, acrescentou o diretor.
Outros dos projetos pertenciam a Bernardo Lima e Tomás Viana, e a Melissa e Ana, do 7º ano. Os dois amigos criaram um soprador, uma ideia que surgiu depois de assistirem a um vídeo de um aspirador no Youtube. “O nosso projeto é um soprador que pode ser usado como aspirador se invertermos os cabos”, explica Bernardo. “Quisemos fazer reciclagem de material e, portanto, utilizámos uma lata de refrigerante para fazer o nosso soprador”, acrescentou Tomás. Já Melissa, juntamente com quatro amigas, desenvolveu o projeto “Luz Batata” que mostra que “a batata produz eletricidade para iluminar uma lâmpada”. “A batata é um bom condutor de eletricidade”, afirma Melissa. “Uma batata consegue iluminar um quarto com uma lâmpada led por 40 dias”, aponta Ana.
O prémio final foi atribuído a Luís Martins, um estudante do 11º ano, de Braga, que vai apresentar um protótipo inovador direcionado para a segurança dos utilizadores de trotinetas na Universidade de Barcelona, em Espanha, entre os dias 17 e 21 de julho.