Isto leva-me apensar na nossa pequenez e na grandeza do Criador.
Mas o que mais me faz pensar é que me sinto numa posição deveras delicada.
Sempre me satisfez o facto de, diminuindo a população das nossas comunidades para mais de metade, as igrejas calculadas para a gente da época em que foram feitas, sempre satisfizeram, em termos de tamanho, a não ser em festas muito especiais, as necessidades do número de participantes.
Agora dou comigo a fazer contas, depois de saírem as normas da CEP, mas tendo nós que salvaguardar o distanciamento social, vamos ter que fazer grandes esforços. Vejam a antítese:
Antigamente ficava feliz, pelo facto de a igreja estar cheia, agora tenho que estar feliz por estar meia vazia, porque assim não há risco de contágio.
Naturalmente muita coisa mudou este vírus, mas não se pode dar aso ao pessimismo, porque pelos ecos que me chegam o pormenor de ter de se estar mais em família teve vários aspetos positivos.
Lembro entre eles a aproximação das famílias. Nos anos sessenta nasciam os meus sobrinhos e, um dia, uma das minhas irmãs, que já está na terra da verdade, ouviu de alguém mais experiente que saboreasse os tempos da baixa por maternidade, porque em breve começaria ou voltaria de novo ao trabalho e, então, o filho que nascera, já não seria só dela. Teria que o deixar na creche, depois no pré-primário, depois na escola, depois no ensino secundário, depois na universidade, depois na casa da noiva…
Já tudo isso passou. A voz experiente tinha razão. Agora o estado paga às mães (as empresas também) para que durante esta pandemia acompanhem os filhos em casa e sejam como que segundas professoras de proximidade. Nós colocamos nas redes sociais a catequese dos diferentes anos e pedimos que sigam as catequeses, que até junho estarão à disposição. Vários colegas celebram sozinhos, mas colocaram pelo facebook agora no mês de maio não apenas o terço, mas também a eucaristia diária, que celebram sozinhos, mas está à disposição dos paroquianos.
Não seria imaginável tudo isto há uns anos atrás, por isso alguém afirmou que aquela passagem do combate no céu entre S Miguel e Lúcifer repete-se agora.
Dizia
o anjo mau a sorrir:
-Fechei as igrejas!
Retorqui o Arcanjo Miguel:
– Abri uma igreja em cada lar!
Será isto verdade?
Em muitos casos sim, pelos ecos que nos chegam.
Na missa dominical a percentagem dos praticantes que estão com respeito diante da TV a cumprir o preceito dominical, andarão pela mesma percentagem dos que estavam presencialmente, a subir um pouco pela comodidade…-. O Terço já só metade destes serão capazes de o rezar. Catequese …dez por cento.
Estou a falar da minha área. Por outros lados
será tudo melhor.
Eu só lanço ao ar estes apontamentos para que, quem se sente responsável por
estas coisas, partilhe, se encontrou forma de melhorar estas percentagens,
porque o “bichinho” parece que veio para ficar.
Eu só partilho que, durante a pandemia, cada domingo, gravo uma mensagem breve, com dois pensamentos da liturgia dominical, coloco nas redes sociais e as visualizações atingem o milhar. Claro pela novidade e rapidez, e vai para todo o mundo. Nas igrejas tinha, nas três comunidades no máximo, trezentas pessoas!
E temos que continuar a ser apóstolos… e a chamar outros que se juntem a nós, quer com Covid-19 a pulular por tudo quanto é sítio, quer nas calmarias, enquanto não houver remédio, digo vacina, que lhe dê tréguas.
Que a Senhora dos Pastorinhos, em cujo mês estamos, nos dê o amor a Jesus Escondido de S. Francisco, o espírito de sacrifício de Santa Jacinta e a perseverança da Lúcia, a caminho dos altares.