Diante da Palavra
Vinde Espírito Santo e inunda o nosso ser de docilidade a fim de o tornar.
Interpelações da Palavra
Pode um homem repudiar a sua mulher?….
A maioria da formulação das nossas perguntas tem raiz na moral, no que é bom ou no que é mau. São questões a preto e branco como se a vida fosse apenas bicolor e por isso, sem sermos conscientes, arrumamos tudo em compartimentos conforme a cor, a medida, o tamanho. Impera o superficialismo, a necessidade de uma resposta imediata, a satisfação ao minuto. Não nos permitimos interpelações profundas porque, em bom rigor, assustam-nos respostas que nos desinstalam e atiram o olhar para a palete das cores do arco iris, basta que consideremos a individualidade de cada pessoa, situação, contexto. A necessidade asfixiante de obter solução para tudo e ter tudo claro encerra-nos numa bolha de conforto, onde podemos ser julgadores de tudo e de todos a preto e branco e chegar a crer que assim ganhamos o céu!
Foi por causa da dureza do vosso coração….
Quase sempre a dureza e a rigidez encerram-nos e paulatinamente vão substituindo a matriz amorosa com que estamos feitos. O amor é tudo menos rígido, intransigente. O amor tem um nome e é Jesus! Sabemo-lo de cabeça, está colado na nossa língua e nos músculos da comunicação oral, porém a memória fraqueja no trajeto entre cabeça-boca e coração, e, como tantas vezes não chega a este seio que o expande e torna missionário o Amor, a fibrose, a esclerose instala-se. Algures em nós há uma fuga ou um apagão, a ligação perene ao Amor não é reconhecida e a dureza hospeda-se. Calcificamos por dentro, encarquilhamos e a vida perde sabor, cor, aroma, fidelidade criativa.
Os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto….
As perguntas salvam-nos! Que bom poder fazer perguntas, uma e outra vez sobre assuntos fáceis e complexos. Oxalá tivéssemos a coragem de fazer mais perguntas ao invés de estranhamente ter imediatas respostas. As perguntas feitas a Jesus abrem-nos ao diálogo com Ele e esta relação com o Amor põe-nos em contato com a Vida Eterna, essa Vida que nos é oferecida já, agora, em cada momento desta relação com o Ressuscitado e em que de coração aberto e disponível relembramos que há uma aliança inquebrantável entre o Senhor e cada Homem.
Rezar a Palavra
Dá-me Senhor a ousadia das perguntas.
Dá-me Senhor a inquietação das crianças que não desistem de perguntar e que por força da sua persistência permanecem coladas aos pais.
Dá-me Senhor a consciência de que as interrogações me põem em relação Contigo, com a Tua Vida e me tornam tolerante e aveludada.
Senhor, que a minha vida seja uma permanente pergunta!
Viver a Palavra
Durante esta semana vou formular perguntas e assim abrir-me ao diálogo e à escuta do Amor.