Interpelações da Palavra
«Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe?». Perdoar sete vezes…Não. É muito! Até 70×7? É demasiado. Contudo, há um término! Agora PERDOAR SEMPRE! Quem pode lá chegar? Diz-nos o Papa Emérito Bento XVI: “O perdão não é uma negação do erro e sim uma participação na cura e no amor transformador de Deus que reconcilia e restaura”. Os efeitos do perdão são benéficos para as duas partes. Para Pedro, perdoar até sete vezes ultrapassava o limite. Jesus leva-o à reflexão respondendo à questão com uma parábola. Apresenta um rei com dois servos. O primeiro com uma dívida exorbitante, impagável. O segundo com uma dívida insignificante em relação ao primeiro. Os dois devedores fazem o mesmo pedido: “Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei”. Os dois devedores têm a mesma expressão corporal – prostram-se diante do credor. Ao primeiro, o senhor usa de compaixão, concede-lhe o perdão e restitui-lhe a liberdade. Este servo, por sua vez, tem um pequeno devedor. Todavia, não tem compaixão dele e até usa de violência.
“Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço…” Este senhor deixa-nos a interrogação:
Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?
Sabemos a resposta! Porém, quantas vezes não somos compassivos! No entanto, abundantes são os testemunhos de irmãos nossos que viveram a radicalidade desta exigência! São Paulo diz-nos: “Insultados, bendizemos; perseguidos, aguentamos; difamados dizemos palavras de concórdia.” São João Paulo II vai ao encontro daquele que atentou contra a sua vida. Exemplo eloquente de quem perdoa a seu irmão de todo o coração. Saibamos nós olhar para o coração compassivo do nosso Deus e usar da mesma compaixão para com o nosso irmão!
Rezar a Palavra e Contemplar o Mistério
Senhor Jesus, olho novamente para a Cruz.
Cruz que é o sinal supremo do Teu amor por mim.
Minha dívida ali é perdoada. Minha liberdade é restituída,
Meu sinal de escravo ali é, definitivamente, eliminado.
Como posso entender tamanha compaixão?
Como posso entender amor tão desmedido?
Prostro-me diante de Ti, como filho muito amado e digo de coração agradecido: Quão grande és Tu, Senhor!
Viver a Palavra
E vou repetindo muitas vezes ao longo do dia:
“Senhor, perdoai-nos as nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos ofendeu”.