Diante da Palavra
Vinde, Espírito Santo, permanecei em nós e fazei do nosso coração a vossa morada.
Interpelações da Palavra
Eis o Cordeiro de Deus
A humildade e a liberdade de João Baptista fascinam-me. Para mim, na Sagrada Escritura, a seguir a Jesus, é o personagem mais esquecido de si e que vive exclusivamente voltado para a missão que Deus lhe confiou: ser o precursor do Messias. No relato evangélico deste Domingo, ao ver Jesus, o Baptista – com aquela voz forte e determinada a que já nos habituou – proclama-O como o Cordeiro de Deus. João contava com alguns seguidores pela sua personalidade carismática capaz de congregar junto de si alguns discípulos. Contudo, este homem não se esquece que é preciso que Cristo cresça e ele diminua. Por isso, convida os seus próprios discípulos a seguirem o Cordeiro, o Messias de Deus que, finalmente, se encontra entre os humanos para a manifestação da salvação.
Que procurais?
Os dois discípulos de João seguiram Jesus, sem lhe pedirem permissão. Ao ver-se (per)seguido, Jesus questiona estes dois homens. Trata-se de uma interessante e atualíssima questão: «Que procurais?». Naqueles dois discípulos entrevemo-nos a nós mesmos e aos nossos contemporâneos. Somos eternos buscadores de tantas coisas: de verdade, de sentido, de felicidade, de plenitude… À pergunta de Jesus, os discípulos respondem em forma de questão: «Rabi, onde moras?». Afinal, estes dois homens buscavam uma morada, a morada do Mestre. Nos dias que correm, somos convidados a ficar em casa, mas parece que a Humanidade de hoje é uma Humanidade “sem-abrigo”. Os homens e as mulheres do nosso tempo parecem peregrinos errantes sem pátria e sem destino, sem lugar onde reclinar a cabeça. Ora, nestes dois discípulos, descobrimos que a morada de Jesus é a casa onde se experimenta a felicidade e a plenitude; enfim, onde se experimenta Deus.
Vinde ver
Jesus acaba por se revelar um bom anfitrião: «Vinde ver». O Cordeiro de Deus convida cada um para a intimidade da sua morada, para, aí, fazer uma experiência pessoal única e autêntica. A morada de Jesus acaba por ser o interior de cada um de nós, onde, como diz Teresa d’Ávila, se passam as coisas mais secretas entre Deus e a nossa alma. Os discípulos foram ver e, revela-nos o texto, permaneceram aquele dia com Jesus. Com o Messias, não há experiências rápidas e efémeras. Pelo contrário, há momentos intensos e prolongados de encontro e de descoberta, de beleza e de verdade.
Encontrámos o Messias
Naquele dia, às quatro horas da tarde, a vida daqueles homens mudou radicalmente. Daquele encontro, surge o convite para outros fazerem a mesma experiência. Os encontros com o Messias são de tal forma renovadores que até podemos acabar por receber um nome novo, como aconteceu com Simão, ou melhor, com Pedro.
Encontrámos o Messias
Naquele dia, às quatro horas da tarde, a vida daqueles homens mudou radicalmente. Daquele encontro, surge o convite para outros fazerem a mesma experiência. Os encontros com o Messias são de tal forma renovadores que até podemos acabar por receber um nome novo, como aconteceu com Simão, ou melhor, com Pedro.
Rezar a Palavra
– Alma, que queres tu de mim?
– Meu Deus, não mais que ver-Te,
– E que mais temes de ti?
– O que mais temo é perder-Te.
Uma alma em Deus escondida,
o que terá p’ra desejar
senão amar e mais amar,
e em amor toda encendida
tornar-Te de novo a amar?
Santa Teresa de Jesus
Viver a Palavra
Ao longo desta semana, quero ser reflexo da presença de Deus na vida de cada irmão.