Diante da Palavra
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis, acendei neles o fogo do Vosso Amor e renovai a Terra.
Interpelações da Palavra
«Recebei o Espírito Santo»
O Evangelho de João diverge, cronologicamente falando, do relato dos Actos dos Apóstolos, a primeira leitura deste domingo. Ao passo que os Actos dos Apóstolos falam de cinquenta dias depois da Páscoa o Evangelista João diz que Jesus entrega o Espírito Santo no próprio dia de Páscoa. João já havia dito que Jesus, ao morrer na Cruz, tinha entregado o Espírito. Tal como havia prometido, a morte de Jesus é já o momento em que o Senhor concede à Igreja – representada pelo Discípulo Amado e pela Mãe de Jesus – o Seu Espírito, o Espírito Santo. Mas o Evangelista João diz mais. Diz que o dom do Espírito é renovado estando a comunidade reunida no primeiro dia da semana. E tal acontece sempre e em qualquer lado em que a comunidade cristã se reúne no primeiro dia da semana. Acontece sempre que celebramos o domingo: o Senhor, que se faz verdadeira e realmente presente no meio dos irmãos reunidos, entrega-lhes o Seu Espírito, o Espírito de graça e de paz que leva cada um dos seus discípulos a serem continuadores da missão começada por Jesus: «assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». E isto é verdade não só para os Apóstolos; é verdade para nós, os atuais discípulos de Jesus. É esta a nossa missão: agindo sob inspiração do Espírito, sendo dóceis às Suas inspirações, resplandecermos o rosto de Cristo no nosso mundo, convidando todos os Homens à comunhão com Deus e à comunhão com os irmãos. É grande a nossa responsabilidade… Talvez grande demais para nós. Por isso o convite do Senhor a cada a um de nós: “reúne-te com os teus irmãos para celebrar a Minha Páscoa em cada domingo; Eu estarei lá para a todos fortalecer com o Meu Espírito e a todos alimentar com o Meu Corpo”. Não faltemos ao convite. Assim alimentados e fortalecidos, guiados pela subtil do Espírito Santo, poderemos ser fiéis continuadores da missão de Jesus.
Pentecostes – nascimento da Igreja
O Pentecostes era uma festa judaica em que o povo de Israel celebrava duas coisas: o dom da Lei e da Aliança. É nesta festa que S. Lucas coloca o Espírito de Deus a descer sobre os Apóstolos reunidos em oração. Ao fazê-lo, S. Lucas está a chamar a atenção para um pormenor importante: Deus, como havia prometido pelos Seus profetas, estabeleceu uma Nova Aliança com um novo povo – a Igreja – cuja Lei, agora, já não é a Lei de Moisés mas a Lei do Espírito. Se antes era a raça judia que definia o povo de Deus, agora não. Agora é o Espírito, o Amor que une o Pai e o Filho, que agrega homens e mulheres de todo o mundo, de todas as culturas e línguas na Igreja de Cristo. E fá-lo concedendo dons diferentes a pessoas diferentes. Mas os dons que concede são sempre para o bem de toda a Igreja. E a todos os batizados o Espírito concede dons. O dom que temos, mesmo que seja só um, foi-nos dado para ser colocado ao serviço de todos. Para isso, é preciso reconhecer que o temos. Mas temos também de nos perguntar: estou a colocar este dom ao serviço dos meus irmãos? Como posso fazê-lo? Far-nos-á bem, neste domingo de Pentecostes, tomarmos consciência dos dons com que fomos agraciados pelo Espírito Santo e refletir sobre o modo como os estamos a colocar a render para o bem de todos, para o bem da Igreja.
Rezar a Palavra
Vinde, ó santo Espírito,
vinde, Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.
Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.
Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.
Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.
(Da Sequência de Pentecostes)
Viver a Palavra
Esta semana, vou procurar reconhecer os sinais do Espírito e pedir a graça da docilidade às Suas inspirações.