No passado dia 21 de março, D. João Lavrador, Bispo da Diocese de Viana do Castelo, presidiu à festa de S. Bento do Cando, em Gavieira, Arciprestado de Arcos de Valdevez.
Na Eucaristia, perante uma grande multidão que manteve todos os cuidados possíveis para proteção da Covid-19, o prelado exclamava que, depois de 2 anos de pandemia em que festas eram impossíveis, é bom voltar à normalidade. Na homilia, disse que os santos têm o dom de espelhar a santidade na realidade humana, recorrendo ao exemplo de S. Bento. “Ele, que é o obreiro e padroeiro da Europa, convida-nos a transformar a Criação para ser casa comum para todos. Desta realidade não está excluído o trabalho, tão prezado por S. Bento quanto a oração, que é um modo de louvar a Deus e trabalhar para um bem comum”, referiu.
No final da Eucaristia, seguiu-se a procissão solene até às imagens de S. Bento e de Sta. Escolástica, imagens que foram inauguradas e benzidas por D. João durante a celebração.
Este momento tem uma grande centralidade na religiosidade popular da região porque, como disse o Pe. César Maciel ao Notícias de Viana, é o “polo aglutinador” de 3 Arciprestados, ou seja, Arcos de Valdevez, Monção e Melgaço.
Maria Caldas (Sistelo, Arcos de Valdevez) e Manuel Sousa (Arcos de Valdevez), também ouvidos pelo Notícias de Viana, foram unânimes na consciência de que têm uma enorme devoção a S. Bento, como tantos outros peregrinos, e assumiram que só deixarão de ir à festa quando as forças começarem a faltar. “Prometi a S. Bento que, enquanto pudesse, vinha (à festa)”, confessou D. Maria.
Na parte da tarde, D. João visitou o Mosteiro de Padrene, visita motivada pelas obras profundas de restauração que lá estão a acontecer, sendo acompanhado por toda a equipa responsável. O referido Mosteiro estava com uma necessidade urgente de um restauro mais profundo e duradouro, e D. João foi perentório ao assumir que a Igreja “é herdeira de uma história” que deve ser cuidada e transformada em testemunho para as futuras gerações.
Esta obra foi dividida em 2 fases. A primeira fase visa uma intervenção no exterior e nas coberturas, de modo a preservar melhor o interior. Na segunda fase, será intervencionado o interior, com foco na proteção do recheio artístico. Trata-se, como sintetizou o Pe. César, de um “restauro integral do edifício”.