Quando chegamos ao dia da “Mãe Clara”, a festa fez-se no Convento de Santo António, Caminha. Aquela casa com uma história de mais de 4 séculos é o grande pulmão espiritual do arciprestado. Ali Deus fala, ali se fala com Deus, ali se fala de Deus, ali se respira Deus… é um ambiente diferente de todos os outros no arciprestado. Foi aquele solo franciscano que a Congregação (fundada a 3 de maio de 1871 pela Irmã Maria Clara do Menino Jesus e o Padre Raimundo dos Anjos Beirão) escolheu para guardar os restos mortais da fundadora, desde maio de 1954. Ao longo de 34 anos, acorreram ao nosso Convento muitos fiéis a implorar a sua valiosa intercessão junto de Deus. No primeiro dia de dezembro de 1988, o corpo da Mãe dos Pobres deixou Caminha e foi a sepultar definitivamente na cripta da Capela da Casa-Mãe da Congregação, em Linda-a-Pastora. Foi há 34 anos!
O Grupo dos “Amigos da Mãe Clara”, que se reúne periodicamente, organizou um encontro festivo durante a tarde no Convento. Aos elementos desse grupo juntaram-se outras pessoas. Éramos 34! No encontro rezamos, conhecemos mais pormenores da vida da Beata festejada, cantamos, ouvimos o Padre Paulo Emanuel a ler uma mensagem muito especial para a Comunidade e a abordar algumas características da vida da Mãe Clara, que ele conhece desde pequeno. Foi através da Comunidade das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição em Ponte de Lima que o nosso Pároco travou amizade com a Mãe dos Pobres. Na sua terra limiana as Religiosas tinham uma presença muito forte. Infelizmente já não estão presentes em Ponte de Lima. A Dª Adelaide deu o seu testemunho da hospitalidade que sente e se respira no Convento e na vila por causa da presença das Irmãs. Conhecemos também o trabalho social que a Congregação faz através de uma obra na Diocese do Porto: tanto bem que se faz que não faz barulho! Houve também momentos de divertimento e alegria. O encontro, convocado pela Irmã Angélica e animado pela Irmã Fátima, terminou a primeira parte feita no salão de festas, com a oração e música preparada por algumas Irmãs da Comunidade.
Continuamos depois no refeitório, onde foram entregues as lembranças deste dia e se partilhou a hospitalidade no lanche presidido pelo “bolinho da Mãe Clara”. Ficou a promessa do Padre Paulo de no próximo encontro trazer o licor beirão para unir ao bolinho. Assim ficarão os nomes dos fundadores também na ementa do ágape.
Foi uma festa cheia de alegria, entusiasmo e surpresas. Uma delas foi a coincidência notada na repetição do número 34: a totalidade dos anos em que o corpo da Beata da Igreja esteve sepultada naquela casa; os anos que está já em Linda a Pastora e o número de participantes no encontro.
Os beatos têm, ao contrário dos santos, um culto mais circunscrito a alguma região ou espiritualidade. No entanto, a Beata Maria Clara do Menino Jesus, ao ser proclamada patrona da JMJ Lisboa 2023 terá o estatuto de “santa”, pois será dada como exemplo para toda a Igreja reunida em torno do Papa neste encontro. Que esta “beata” que é “santa” seja um forte estímulo para que “onde houver o bem a fazer, que se faça”