O Conselho Presbiteral também não se esqueceu das vicissitudes internacionais, de contextos de guerra em vários pontos do globo, e da atual situação política do país.
O objetivo do encontro foi de reflexão sobre as linhas de força pastorais em ordem à renovação da Igreja diocesana. Numa palavra de abertura, o Bispo D. João Lavrador, salientou que, “na fidelidade às origens, conscientes dos desafios do presente, lançamo-nos na edificação da Igreja diocesana com o olhar no futuro”. Por isso, neste próximo ano pastoral, “iremos, todos em conjunto, delinear as ações, os gestos e os dinamismos necessários para, nos próximos anos, prepararmos convenientemente a celebração do Jubileu da nossa Diocese”.
O Bispo questionou se as várias estruturas diocesanas, paroquiais, de grupos, associações, irmandades e movimentos, são verdadeiramente evangelizadoras ou, pelo contrário, se são mantidas por tradição e já não servem para a proclamação e testemunho do Evangelho hoje. Reforçou também a necessidade de comunidades de discípulos missionários, concretamente na “promoção de Conselhos Pastorais que exprimam, sob a iluminação do Espírito Santo, a capacidade de uma comunidade cristã se deixar penetrar pela verdadeira criatividade, discernimento e força para a missão de testemunho de Jesus Cristo”, e na promoção dos diversos carismas, tais como o Diaconado Permanente e o Ministério de Catequista. Isto exige um método, ou um plano, adequado, que teremos de descobrir e implementar com coragem e paciência.
Para viver uma eclesiologia conciliar, segundo o espírito sinodal que o Papa Francisco deseja reavivar como identidade da Igreja, D. João Lavrador apelou à participação nas jornadas dos dias 18 de novembro, 1 e 2 de dezembro de 2023.
Da partilha dos membros foi realçada a necessidade de uma leitura real da situação da Igreja diocesana e suas comunidades, da importância da motivação dos agentes, sua formação e acompanhamento, do acolhimento das pessoas e do seu contexto familiar e profissional, atenta aos atuais ritmos de vida, numa Igreja em saída e ao encontro de todos.
O Conselho Presbiteral está consciente de que se vive uma mudança de época e de que as soluções passadas não respondem aos desafios presentes. O Espírito convida a uma conversão pessoal e pastoral eclesial. É necessário ir ao essencial, ao alicerce do encontro com Cristo, à sedução das origens do Evangelho, às fontes e raízes das primeiras comunidades cristãs. A experiência do exílio e a voz dos profetas são um apelo, hoje, para aprofundamento e purificação. Não pode viver-se a fé individualmente. A vida cristã é feita em comunhão com Deus, pelo Filho, no Espírito Santo, mas também em comunhão com a comunidade, numa vida e corresponsabilidade fraterna.
A iniciação cristã e a formação de cada batizado, inserida numa comunidade cristã amadurecida, é fundamental. Apenas cristãos adultos na fé se comprometem na missão da Igreja, vivem e participam na comunhão.
O Bispo concluiu os trabalhos reforçando que a renovação, reiniciação e recomeço da missão da Igreja diocesana se fundamenta numa forte espiritualidade crente! Recordou a importância dos evangelizadores, da comunhão e do testemunho dos presbíteros, alicerçados em Jesus Cristo, que leva também à dimensão comunitária das comunidades cristãs. Este tempo é um tempo de reflexão, paciente, que deverá ser incisivo, concreto e renovador da Diocese.