A iniciativa, organizada pela Fashion Designer Isabel Lima com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo, reforça o pensar a moda, para além dos antigos conceitos estéticos, diferenciando-a com novas características.
Colocando na capacidade de fruir esteticamente um conceito, apropriando-se da concertina, que representa um “estilo em voga”, demonstrativo de um lugar na cultura contemporânea, e faz parte de um legado artístico, a designer numa “modelagem” versátil, com um “toque” poético dos tecidos em tons vibrantes, e “botões” que são jóias, desmistifica mudanças de paradigma.
“Ninguém confunda a minha visão estética, ela situa-se entre o sentimento e a essência poética, solicitude tão característica da concertina, que impregna inspiração popular e que ao longo do tempo fez apologia à vida do povo”, sublinha a designer.
A configuração da “moda em questão” simboliza a imagem do povo, projeta um louvor aos tocadores de concertina, que são os anunciadores do “êxtase puro do povo” e das suas vidas, “serve como um roteiro figurado na memória e como mensagem além-fronteiras de Viana do Castelo”.
Embora a concertina faça parte de uma tradição excessiva, não só em Portugal, como fora dele, ela é histórica no que sugere e simboliza. A designer investiga a História Social da Moda e o Fenómeno Musical na Vida das Populações Rurais, onde a performance da concertina entra.
Isabel Lima é diretora criativa de um curso de moda e na era em que o fenómeno da moda surge a uma velocidade vertiginosa, coloca a concertina, onde antes nunca figurou, num desfile de moda.
A estilita criou com “orgulho” uma moda identitária, destacando num desfile de moda o valor patrimonial do território, onde a “Mulher Vianesa é Rainha da Festa com Romance, e onde o Romance é a Quadra”,
Renovando com bom gosto o “sentir do povo” consolida e reforça a “Alma Vianense”.