Nascido em Estrasburgo, França, em 1858, Charles de Foucauld, órfão aos 6 anos, cresceu com a irmã Marie na casa do avô materno. Descrito como “um amante dos prazeres e de vida fácil”, recebeu a herança familiar aos 20 anos. A vida militar enviou-o para a Argélia e para a Tunísia, onde a fé dos muçulmanos o colocou perante a questão da existência de Deus. A sua reação foi: “Meu Deus, se Vós existis, deixai-me conhecer-Vos”.
Regressado a França, converteu-se aos 28 anos. Após um período na Terra Santa, foi ordenado aos 43 anos, sendo enviado à Argélia como missionário, onde se estabeleceu entre os Beni-Abbès. Viveu no deserto do Saara, entre a população Tuareg: “Seria necessário que muitos religiosos, religiosas e bons cristãos vivessem aqui, para conhecer estes pobres muçulmanos, e instrui-los”. Aprendeu o idioma local para traduzir os Evangelhos. “Tenho excelentes amigos entre os tuaregues”, mas, volvidos 10 anos, “nem mesmo um único convertido! Devemos rezar, trabalhar e ser pacientes”. No deserto argelino, viveu uma vida de oração e de contemplação, no desejo incessante de ser o “irmão universal” de cada pessoa, à imagem do amor de Jesus por cada um.
Quando a Guerra chegou ao deserto do Saara, o Pe. Charles foi vítima de uma emboscada, a 1 de dezembro de 1916. A sua vida deu origem a dez congregações religiosas, entre as quais as fraternidades dos Irmãozinhos e Irmãzinhas de Jesus, criadas depois da sua morte.