“Sínodo”, palavra que tem origem grega e que significa “caminhar juntos”, é um método para juntar representantes da Igreja, a nível local ou universal, com o objetivo de refletir sobre um tema relevante, discuti-lo e aconselhar a autoridade eclesiástica que o organizou. Desta vez, o Papa (que afirmou que “Igreja e Sínodo são sinónimos, porque a Igreja não é outra coisa que não seja caminhar juntos”) convocou um Sínodo universal sobre a sinodalidade para “ouvir sem preconceitos” todos os batizados, vivendo um “processo eclesial participativo e inclusivo, que ofereça a cada um, de maneira particular àqueles que se encontram à margem, a oportunidade de se expressar e de ser ouvido; em seguida, reconhecer e apreciar a variedade de carismas e examinar como a responsabilidade e o poder são vividos na Igreja. Também há-de servir para “credenciar a comunidade cristã como um sujeito credível e parceiro fiável” em percursos de diálogo, reconciliação, inclusão e participação. E também para “regenerar as relações com representantes de outras confissões, organizações da sociedade civil e movimentos populares”.
“No processo sinodal, a Igreja busca ouvir o Espírito Santo (…). Se Ele faltar, não podemos falar de Sínodo; será outra coisa. (…) Não há discernimento sem o Espírito Santo”, declarou o Cardeal Mario Grech, Secretário Geral do Sínodo. O Documento Preparatório (que está disponível em https://press.vatican.va/content/salastampa/it/bollettino/pubblico/2021/09/07/0540/01156.html#PORTOGHESEOK) afirma que todos os batizados são “sujeitos ativos de evangelização” e que é fundamental que os pastores “não tenham medo de ouvir o rebanho”. Daí esta fase diocesana, a dinamizar pelos Bispos de todo o mundo, de modo a que “a consulta seja verdadeira, o mais ampla possível (…) e prática, enraizada na vida, na experiência de Cristo”, o que supõe dos participantes “uma atitude de coerência, entusiasmo, criatividade e valentia”. “O objetivo do Sínodo não é produzir documentos, mas sim “fazer germinar sonhos, suscitar profecias e visões, fazer florescer a esperança, estimular confiança, faixar feridas, entrançar relações, ressuscitar uma aurora de esperança, aprender uns dos outros e criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações, restitua força às mãos”, nas palavras do Papa Francisco.
Os trabalhos irão decorrer num período histórico fortemente “marcado pela tragédia da Covid e num contexto em que a Igreja enfrenta falta de fé interna, corrupção e abusos. Mas é precisamente nestes ‘sulcos cavados pelo sofrimento’ que novos caminhos florescem para ‘refundar o caminho da vida cristã e eclesial’”.
O logótipo mostra uma árvore majestosa que alcança o céu, que exprime a cruz de Cristo e que destaca a Eucaristia, “que brilha como o sol”. Os ramos sugerem o Espírito Santo. O Povo de Deus está em movimento, inspirado pela dinâmica da Árvore da Vida: as quinze silhuetas de cores vivas, unidas, simbolizam a diversidade de situações de vida, de gerações e de origens da humanidade, sem hierarquia, todas em pé de igualdade, sendo o caminho aberto por crianças e adolescentes.