Diante da Palavra
Vinde, Espírito Santo, sede a estrela que nos guia ao presépio de Belém, para, com os Magos, adorarmos o Senhor.
Interpelações da Palavra
«Uns Magos vindos do Oriente»
Nem três nem reis, o Evangelho diz que são apenas uns Magos provindos do Oriente. Os Magos eram figuras ligadas às religiões persas. Eram gentios, não pertenciam ao povo de Deus mas eram homens sábios, homens de estudo e conhecimento. Perscrutando o Céu, reconhecem a estrela do rei dos judeus que então havia nascido e partem. Deixam o conforto das suas casas e a familiaridade da sua terra, adentraram-se pelo árido e perigoso deserto para adorar o autor do sinal que contemplaram. Atentos, os Magos viram e seguiram uma estrela para adorar o seu autor. Que seja assim também connosco. Reparemos nos sinais mas não nos detenhamos neles. Que a beleza de quanto contemplamos nos faça correr e elevar o olhar para Aquele para quem o sinal aponta.
«Ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra»
Em Belém, os Magos reconhecem n’Aquele frágil menino ao colo de Sua mãe o rei dos judeus a quem procuravam. E oferecem-Lhe presentes, que dizem, simbolicamente, da identidade deste menino: ouro, incenso e mirra. O ouro é devido ao rei, pelo que o menino é o Rei que havia sido prometido. Já o incenso é oferta do sacerdote a Deus; logo, o menino envolto em pano é Deus eterno e verdadeiro e o sumo e eterno sacerdote. Os Magos oferecem ainda mirra, usada para embalsamar os corpos; com este presente os Magos pré-anunciam a morte que o menino ao colo de Maria havia de sofrer. Mas os Profetas antigos haviam profetizado também que os povos haveriam de oferecer ao Messias de Deus ouro, incenso e mirra. Cumpriram-se as Escrituras, Deus cumpriu as Suas promessas. Os povos, representados nestes Magos, oferecem ao Seu Messias ouro, incenso e mirra. Nada mais falta dizer. Deus visitou o Seu povo! Bendito seja Ele!
Magos vs. Judeus
Por um lado temos os Magos que reconhecem que Deus visitou o Seu povo, por outro temos os judeus que não o fazem. Os Magos que não pertenciam ao povo de Deus nem conheciam as Escrituras reconheceram o Salvador. Os judeus, que eram o povo escolhido, tinham as Escrituras e a Lei, mas não O reconheceram. Sabiam as promessas encerradas na Escritura, sabiam que o Messias haveria de vir e nasceria em Belém mas quer o rei Herodes quer a cidade de Jerusalém perturbaram-se com o motivo da visita dos Magos. De que vale ser o destinatário das promessas de Deus, de que vale conhecê-las se não nos abrimos ao seu cumprimento? Para Herodes e para Jerusalém de nada valeu. Deus visitou o Seu povo mas o Seu povo não O quis receber. Os estrangeiros alegraram-se; o Seu povo perturbou-se. Mas Deus continua a visitar o Seu povo, continua a fazer-se presente, de formas tantas vezes desconcertantes. E nós? Fazemos como os Magos ou como os judeus? Agora somos nós que temos a Escritura, as promessas de Deus. Mas perante os sinais que Deus nos coloca no caminho que fazemos? Seguimos para Belém ou perturbamo-nos como Jerusalém? Que o exemplo dos Magos nos leve a aventurarmo-nos, cada dia, em busca deste Deus que a todos visita e a todos quer salvar.
Rezar a Palavra
Um menino contemplo. Nos braços da Mãe o encontro. E com os Magos reconheço o presente do Céu. Oh mistério inefável: o Deus único e verdadeiro, omnipotente e eterno, aos Homens se revela na frágil ternura de um menino. As promessas estão cumpridas, o Messias para todos chegou. Sem ouro, incenso, ou mirra, dou-Vos o meu coração, pois sois meu Senhor e meu Deus: minha vida ponho em Vossas mãos.
Viver a Palavra
Vou tentar estar atento aos sinais que Deus me coloca no meu caminho para O reconhecer sempre presente.